Em uma de suas últimas entrevistas, realizada em dezembro do ano passado em sua chácara em Rincón del Cerro, perto de Montevidéu, Mujica refletiu sobre a finitude da vida. Ainda enfrentando problemas de saúde relacionados a um câncer de esôfago diagnosticado em abril de 2024, ele compartilhou seus pensamentos sobre a morte e seus desejos finais.
Ao falar sobre sua despedida, Mujica revelou que gostaria de ser cremado e que suas cinzas fossem enterradas em sua propriedade rural, sob uma imponente árvore sequoia. O local também abrigará a sepultura de Manuela, que perdeu uma pata em um acidente envolvendo um trator. Ela era considerada sua companheira mais leal e querida entre seus animais de estimação, incluindo gatos, galinhas e outros cães.
Em 2015, a admiração de Mujica por Manuela ficou evidente, quando descreveu a cadela como “a integrante mais leal” que teve durante seu mandato presidencial. Sua relação com os animais refletia sua visão de mundo e seus valores de simplicidade e respeito à vida.
Apesar de sua descrença na vida após a morte, o ex-presidente admitia esperança de um algo mais, mas preferia viver de acordo com sua convicção de que “viemos do nada e vamos para o nada”. Mujica deixa um legado de austeridade, humanismo e pensamentos profundos que continuam a inspirar muitos no Uruguai e pelo mundo.