Estima-se que os bugios-ruivos (Alouatta guariba), nativos da Mata Atlântica, foram extintos na ilha catarinense há cerca de 260 anos, quando foi feito o último registro conhecido da espécie na ilha.
A diretora do Silvestres SC, Vanessa Tavares Kanaan, adianta que mais cinco solturas de bugios-ruivos já estão previstas para o primeiro semestre do ano. Outras duas famílias serão soltas no parque estadual, situado no norte da ilha, e três irão na direção oposta, e serão reintroduzidas no Monumento Natural Municipal Lagoa do Peri, no sul de Florianópolis.
Mais de dois séculos depois de serem dizimados pela caça e pelo desmatamento, os bugios estão de volta nas florestas de Florianópolis, na ilha de Santa Catarina. São poucos ainda. Por ora, apenas três indivíduos: Sem Cauda, Ranhento e Ruivo. Dois machos e uma fêmea, todos adultos. Uma família que, após uma longa jornada de reabilitação em cativeiro, tem a chance de voltar para as matas. A soltura dos bugios, iniciativa liderada pela Silvestres SC para recuperar a espécie na ilha catarinense, ocorreu dia 11 no Parque Estadual do Rio Vermelho.
Estima-se que os bugios-ruivos (Alouatta guariba), nativos da Mata Atlântica, foram extintos na ilha catarinense há cerca de 260 anos, quando foi feito o último registro conhecido da espécie na ilha.
A diretora do Silvestres SC, Vanessa Tavares Kanaan, adianta que mais cinco solturas de bugios-ruivos já estão previstas para o primeiro semestre do ano. Outras duas famílias serão soltas no parque estadual, situado no norte da ilha, e três irão na direção oposta, e serão reintroduzidas no Monumento Natural Municipal Lagoa do Peri, no sul de Florianópolis.
Processo de reabilitação
Antes de voltar à floresta, o trio passou por mais de quatro anos de reabilitação, em que fizeram dezenas de exames clínicos e veterinários e aprenderam habilidades comportamentais importantes para sobreviver na natureza. Além disso, os macacos foram vacinados contra a febre amarela, doença letal para os bugios. Na reta final pré-soltura, passaram cerca de um mês num recinto de aclimatação para se adaptar à floresta que agora podem chamar de lar.
Os animais estavam no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) de Santa Catarina, localizado dentro do próprio Parque Estadual do Rio Vermelho, gerido pelo Instituto de Meio Ambiente de Santa Catarina (Ima-SC). Sua verdadeira origem, entretanto, é incerta. “Quando eu assumi a gestão do Cetas, em 2019, esses animais já estavam lá e já eram adultos. Só o que sabemos é que são todos de Santa Catarina. E eles passaram por um longo período de reabilitação para termos certeza que eles atendiam os critérios sanitários, ambientais e de genética. Somente os que atenderam a todos os critérios foram selecionados para soltura”, explica Vanessa Kanaan.
O trabalho com os bugios soltos ainda não acabou. A diretora conta que a expectativa é monitorá-los por, no mínimo, os próximos três anos. Para acompanhar os macacos na floresta, a equipe do projeto contará com cinco estratégias: busca ativa, armadilhas fotográficas, drones e gravadores de áudio, e, por último, através da ciência cidadã. “Contamos com a colaboração das pessoas que, ao verem e ouvirem esses animais quando fizerem trilhas em Florianópolis, mandem esse relato para nós”, destaca Vanessa.
Fonte: Fauna News