Cães de raça resgatados de canil clandestino em Joinville entram para adoção

Danubia de Souza

Danubia de Souza

Cuidado e carinho. Esse é o pedido estampado nos olhos e na pele dos 221 cães que foram resgatados de um canil clandestino em Joinville na última semana. Agora, os animais passam por atendimento veterinário do Centro de Bem-Estar Animal (CBEA). Com isso, já há uma data prevista para encaminhar os primeiros animais para adoção.

Entre esta quarta (27) e quinta-feira (28), os filhotes que já desmamaram e estão comendo ração já poderão ser encaminhados para os novos lares. Segundo Elizabeth, as famílias que tiverem interesse nestes animais deverão registrar um pedido na ouvidoria da prefeitura de Joinville e, nele, indicar que quer adotar um dos cães do canil clandestino.

Com o passar dos dias, serão liberados para adoção os cachorros que tiverem passado por castração e alta veterinária. Os filhotes também deverão ser castrados. Um encaminhamento será fornecido para a família, que poderá realizar o procedimento de forma gratuita.

Animais ainda estão sendo retirados do local 

— Cena horrível. Criação de animais para comercialização . Uma máquina de fazer dinheiro — lembra Elisabet De Sousa Mendes, gerente do CBEA sobre a cena que viu no canil clandestino.

Por conta do estado do local, os servidores iniciaram o trabalho de cuidados com os cães no mesmo dia da operação que envolveu Polícia Civil e Ministério Público. As baias, onde os cães estão divididos, que estavam sujas, em condições insalubres, foram limpas. Todos os animais foram microchipados

— Foi assustador pela quantidade de animais, os locais pequenos, insalubridades, a falta de cuidados, medicações que só poderiam ser compradas por um médico veterinário — conta a veterinária do CBEA Ana Clara Basiquetto, que acompanhou a ação.

Devido ao grande número de animais, nem todos puderam ser imediatamente trazidos ao CBEA. A prioridade de atendimento foi dada aos cachorros idosos, mães, filhotes e os doentes. Outros, que estavam em estado estável como alguns Goldens Retrievers, permaneceram no canil após manutenção e limpeza.

Todos os dias, os que permaneceram no local estão sendo acompanhados por equipes de servidores e inventariados. Aos poucos, eles serão trazidos ao CBEA e encaminhados para novas famílias.

Cuidados na hora da adoção

A Elizabet explica que serão priorizadas famílias com casa própria para que não haja risco de abandono durante mudanças. Outro fator que deve passar por análise são as condições da família para fazer o atendimento veterinário dos cães. Isso porque há alguns que, devido aos problemas acarretados durante os maus-tratos, precisarão de tratamento intensivo e constante.

— Vamos entrevistar, ver a estrutura da família, pois são animais que precisam de manutenção. Estamos fazendo um trabalho bem orquestrado para explicar para as famílias os cuidados — conta Elizabet.

Ana Clara também destaca que, além dos cães que precisam de cuidados especiais específicos da raça, há outros que acabaram doentes por conta dos maus-tratos. No geral, os cães resgatados apresentam doenças de pele, problemas nos olhos ou de respiração e, alguns bulldogs, precisarão de rinoplastia.

— Animais com baixo peso, filhote com parvovirose — elenca Ana Clara.

Além disso, outros cães podem apresentar “anomalias”, já que há cruzas entre animais que são parentes. Alguns filhotes nem sobreviveram.

—  Vão passar por tratamento, cuidados veterinários intensivos para o resto da vida — alerta. Devido a dedicação especial que estes animais demandam, as famílias que entrarem em contato pela ouvidoria da prefeitura passarão por entrevista e seleção.

Fonte: NSC Total (Fernanda Silva)

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