Guia definitivo sobre ansiedade nos cachorros mais velhos

Danubia de Souza

Danubia de Souza

“Quem não está ansioso, não está vivendo esse ano direito.” Já ouviu essa frase em algum lugar? Pois, é! Você sabia que os cachorros também podem sofrer com a ansiedade? E é mais comum do que você imagina.

Hoje vamos te contar o que ninguém te conta sobre a ansiedade canina: como identificar e claro, como tratar esse problema.

Nem sempre o rabinho saltitante ou os pulos com a sua chegada em casa, são sinônimos de alegria, estes exemplos podem ser, na verdade, “sintomas” da ansiedade já existe.

Identificando os sintomas

Não é fácil mesmo identificar os sintomas da ansiedade, mas se observar com um pouquinho mais de atenção é possível notar algumas mudanças no comportamento, tais como:

  • Perda do apetite ou fome em excesso;
  • Agressividade sem motivo aparente;
  • Latidos excessivos;
  • Salivação acima do padrão;
  • Xixi e cocô fora do lugar de costume;
  • Destruição de objetos com frequência;
  • Tenta fugir com regularidade;
  • Respiração ofegante;
  • Hiperatividade;
  • Lambedura frequente das patas, cauda (rabinho) ou genitália;
  • Medo de barulhos que até determinado momento não tinha;
  • Distração excessivas;
  • Frequência cardíaca elevada mesmo sem atividades físicas;
  • Submissão (orelhas para trás, cauda entre as pernas);
  • Passa muito tempo parado com olhar fixo em direção a um determinado ponto.

Conhecendo as causas

Diversas são as causas que podem levar à ansiedade:

  • Mudança de ambiente;
  • Ficar muito tempo sozinho;
  • Conviver com muitos animais ou não ter contato com outros animais;
  • Ambiente violento com gritaria (ainda que o barulho venha de fora da casa);
  • Falta de brinquedos (enriquecimento ambiental);
  • Alimentação com nutrientes inadequados às suas necessidades;
  • Medo;
  • Doenças diversas.

Lembrando que estamos citando apenas algumas causas, mas é importante também uma análise clínica com um médico veterinário. Quando falamos em doenças variadas, por exemplo, apenas o veterinário poderá definir se existe alguma irregularidade física. É possível que ele solicite alguns exames de sangue para comprovação.

Como solucionar o problema

O mais importante é descartar problemas físicos, uma vez esse assunto resolvido, vamos pensar nos outros pontos com base nos sintomas e possíveis causas apresentadas.

Mudança de ambiente

Se mudar de casa não é uma tarefa fácil para nós, imagina para eles que sequer compreendem o que está acontecendo?!

Normalmente, os primeiros dias na casa nova são repletos de caixas e muito trabalho para todos. Com isso, o cachorro normalmente acaba ficando um pouco de lado. Então, aí vão algumas dicas:

Dica 1 => Traga primeiro as coisas do seu amigão como a cama, brinquedos e paninhos que ele gosta. O cheiro é muito importante para que ele se sinta confortável no novo ambiente.

Dica 2 => Tente manter a rotina. A Rotina é fundamental para reduzir o impacto da mudança na vida deles. Os passeios, o horário da alimentação, de brincar, escovar os pelos, enfim, tudo o que faziam na casa antiga.

Dica 3=> Seja paciente. Cachorros são territorialistas, é possível que até a adaptação completa, haja uma escapada de xixi fora do lugar, um objeto ou outro destruído, um latido a mais ou mesmo uma disfunção na alimentação. Dê o petisco favorito dele, alimentação úmida que ele tanto gosta e claro, muito amor e carinho.

Síndrome da Ansiedade da Separação

A Síndrome da Ansiedade da Separação, causada por longos períodos sozinhos, é uma das mais comuns causas que geram ansiedade nos cachorros.

Um erro bem comum das pessoas é achar que aquela festa toda que os cachorros fazem quando chegam em casa é normal, que é só alegria. Pois é, pode ser ansiedade.

A ansiedade da separação tem como característica uma reação exagerada depois que o seu responsável sai de casa, como: choro, uivos, irritação, latidos e destruição de objetos. É assim que ele faz para chamar a atenção para o problema.

A melhor forma de tratar essa ansiedade é fazer o cachorro compreender que sua saída não representa um perigo ou um abandono e que você vai voltar. O ideal é distraí-lo, quando sair, com petiscos, brinquedos e bastante enriquecimento ambiental para que ele associe esse momento com estímulos legais e divertidos. Quando voltar, deve guardar esses objetos e apresente outros, mas nunca o deixe ficar sem enriquecimento ambiental.

Evite longas despedidas e quando voltar para casa não faça muita festa também, eu sei que é difícil, mas você precisa se esforçar nessa fase. Pense que é para o bem dele.

Outra dica é deixar uma camiseta velha, de preferência com o seu cheiro, próximo ao lugar onde o cachorro dorme. Sentir seu cheiro faz com que ele se sinta menos angustiado. Se mesmo assim não resolver, a ajuda de um veterinário e um adestrador comportamental pode ser necessária.

Conviver com muitos animais ou não ter contato com outros animais

Como os cachorros são territorialistas, conviver com muitos animais pode gerar uma ansiedade grande nele. Provavelmente, isso também vai resultar em xixi fora do lugar, uivos, latidos em excesso e de novo, objetos destruídos. Pode ser que você tenha 8 cachorros e todos se entendam, mas o contrário também é comum. Neste caso, mais passeios e mais momentos só entre você e ele pode ajudar no processo. Ter brinquedos próprios, comedouro, bebedouro e cama só para ele também pode ajudar.

Mas o contrário também acontece: não ter nenhum amigo canino ou não ter contato com outros animais, pode levar a ansiedade. É muito bom estar entre os nossos, não é verdade? Faça passeios e deixe que ele tenha contato com outros cachorros. Uma opção em tempos de pandemia, pode ser uma tarde num hotelzinho só para cachorros.

Ambiente violento ou com muito barulho

Um ambiente violento não é saudável para ninguém, mas pode ser apenas que sua família seja italiana e todo mundo por aí fala alto e ri bastante. Oh, delícia!

É possível que, quando todos estejam reunidos, o seu cachorro se assuste com esse barulho todo e busque abrigo embaixo da cama ou em outro local que se sinta seguro. Respeite esse momento dele e não force sua saída.

Caso ele não se esconda, mas coloque as orelhas para trás ou o cauda entre as pernas, faça um carinho, ofereça um petisco e demonstre que não há motivos para ter medo, pois está tudo bem, mesmo com todo esse barulho.

Falta de brinquedos

O enriquecimento ambiental é muito importante para acalmar e tranquilizar seu amigão. E claro, é sempre uma oportunidade de aproximar vocês cada vez mais. Uma aproximação saudável, é claro.

Não economize em cordas, brinquedos com pega petisco, brinquedos que ele possa roer sem risco de se machucar, bolinhas ou mesmo brinquedos caseiros.

Vez ou outra, guarde alguns e apresente outros. Assim eles sempre vão achar que se trata de um brinquedo novo.

Você vai utilizar esses brinquedos quando sair, como disse acima, para brincar juntos e também em momentos de descontração com a família reunida.

Alimentação

O gasto calórico também pode influenciar no comportamento do seu cachorrinho. Por isso, ter uma alimentação equilibrada quanto ao gasto energético dele é muito importante. Também não podemos dispensar os nutrientes. A maioria dos alimentos do mercado hoje tem nutrientes importantes para que seu amigo se mantenha saudável, mas há algumas opções que não indicamos muito, como as rações coloridas, por exemplo.

Medo

Cachorros medrosos estão mais propensos a desenvolverem ansiedade, pois tendem a ficarem o tempo todo na expectativa do barulho da obra do lado, o barulho da chuva, fogos, música alta, entre outros.

Nestes casos podemos utilizar florais próprios para cachorros, investir em adestramento, enriquecimento ambiental para que ele mude o foco e em alguns casos é importante acompanhar com um veterinário especialista.

Falta de passeios

Assim como acontece com a gente, os cachorros também precisam esticar as patinhas. É fundamental fazer passeios, deixar que ele corra um pouco e gaste energia. A prática do exercício é super importante para o bem-estar e saúde do seu amigão.

Doenças diversas

Imagina ter uma pulga que não para de picar ou mesmo verme revirando a barriga. Ai, que horror! Eventualmente, seu cachorrinho pode apresentar sintomas de ansiedade como os que citamos lá em cima, mas pode, na verdade, ser uma doença física. Por isso, antes de qualquer diagnóstico, é fundamental uma consulta com um veterinário.

A ansiedade é uma doença séria não apenas para os humanos, mas também para os cachorros. Por isso, trate com seriedade e não abandone seu amigo. Às vezes, nem os humanos conseguem se expressar e dizer o que sentem, imagina o cachorrinho? Tudo o que ele pode fazer para chamar sua atenção para o assunto, são apresentar os sintomas que falamos. Por isso, nada de ficar bravo, gritar com ele ou mesmo bater. A atenção precisa estar nos detalhes. Fique com seu amigo, dê carinho, amor e atenção. Tudo vai se resolver.

 

 

  • Patrocínio

  • Apoio

  • Tags

    Relacionados