Lobo-guará adotado por engano como cachorro vira pai em zoológico de SC

Danubia de Souza

Danubia de Souza

O lobo-guará acolhido em um zoológico de Pomerode, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, após ter sido adotado por engano e criado como cachorro por uma família que o tirou das ruas teve cinco filhotes com uma fêmea que conheceu na nova casa. A espécie é vulnerável à extinção.

 

Os novos integrantes só foram percebidos quando já tinham nascido, já que nenhum comportamento de fêmea prenha foi notado pela equipe do zoológico, informou o biológico Anderson Mendes Augusto.

“Ela conseguiu disfarçar bem isso. No primeiro horário do dia, o tratador veio fazer suas atividades, e informou: tem filhote de lobo aqui”, comentou.

O nascimento dos filhotes, quatro machos e uma fêmea, aconteceu no segundo semestre do ano. Todos estão saudáveis, segundo o parque.

Ocorrência não era esperada

O nascimento é considerado inusitado, segundo o procurador da Fundação Hermann Weege, que mantém o parque, Maurício Bruns. Geralmente esse tipo de gestação é programada por biólogos, mas, nesse caso, foi totalmente natural. “Se aconteceu, é porque eles veem o habitat atual como um lar, se sentem seguros até para reproduzir”, afirma.

“Como o pai havia sido criado como um cão e a mãe veio de resgate, ambos poderiam ter traumas”.

O médico veterinário Rafael Sales Pagani complementa que os filhotes de quase quatro meses estão passando por uma fase de aprendizagem para exercerem comportamentos típicos da espécie.

As técnicas, de acordo com ele, incluem:

  • Procura por alimento
  • Busca por esconderijo e refúgio
  • Interação com outros lobos-guarás

 

O lobo-guará é uma espécie vulnerável à extinção, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Adoção por engano

 

O lobo-guará foi acolhido pelo zoológico após ser adotado por engano e criado como cachorro pela família de Minas Gerais que o tirou das ruas.

Ele viveu e brincou durante cerca de quatro meses na casa dos mineiros (assista abaixo).

Os tutores começaram a duvidar da espécie à medida que o animal crescia e mudava a aparência, ficando com as pernas e orelhas compridas demais. Eles buscaram informações com órgãos ambientais, que confirmaram se tratar de um animal silvestre, que não pode ser domesticado.

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