– Ink, meu cão guia. Além de guia, ele me auxiliou em tudo, e foi muito importante para minha recuperação mental e psicológica. Me deu outra motivação. Ele é um dos maiores personagens dessa medalha. A pelúcia (mascote das paralimpíadas) não vai ficar de brinquedo para ele. Estou com muita saudade dele e doido para voltar e poder apertá-lo – afirmou Belarmino.
O nadador recebeu o cão-guia em 2022, após participar de um edital aberto pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), em parceria com o Instituto Federal Catarinense (IFC) e a Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, por meio da Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento (SNEAR).
Ink tem 5 anos e meio e foi treinado em Balneário Camboriú (SC). Os cães-guias auxiliam as pessoas com deficiência visual em várias tarefas cotidianas, como parar em sinais, desviar de obstáculos e encontrar as portas dos estabelecimentos, entre outras habilidades. O animal graduado como cão-guia trabalha por cerca de oito anos, em média, antes de se aposentar.
Belarmino e Ink, nesses dois anos de convívio, se tornaram inseparáveis. E o cão-guia é o xodó do nadador. Segundo familiares do atleta, só falta o cachorro aprender a dirigir, pois viajar de ônibus e avião com a equipe do Praia Clube, de Uberlândia, onde Belarmino treina, ele já faz.
– Uma das mais importantes conquistas e que mudou a minha vida tá aqui na foto (Ink). Agradeço a tudo e a todos que trabalharam nos últimos anos e trabalham até hoje para que pessoas com deficiência visual como eu possam ter o direito de ter um cão-guia com toda a legislação que nos permite ter uma vida com autonomia ao lado deles – escreveu Belarmino em sua conta no Instagram em uma foto com o cão-guia.
Belarmino teve uma grave lesão do ombro depois das Paralimpíadas de Tóquio. E precisou passar por um procedimento para retirar líquido da medula e replicar no local da lesão para a celula regenerar. Depois, teve problemas com o treinador e deixou Brasília, onde treinava. Em Uberlândia, demorou para se recuperar, ficou mal, engordou e lidou com problemas de saúde mental. Por isso todo agradecimento aos familiares, amigos e ao cão-guia que esteve ao lado dele até a prata em Paris.
Na última prova com brasileiros no dia da natação, Wendell Belarmino conquistou a medalha de prata nos 50m livre S11. E foi uma medalha dividida. Wendell e o chinês Dongdong Hua bateram na borda com o mesmo tempo, 26s11, e ambos ficaram com a prata. O japonês Keiichi Kimura ganhou o ouro com o tempo de 25s98.
Na última prova com brasileiros no dia da natação, Wendell Belarmino conquistou a medalha de prata nos 50m livre S11. E foi uma medalha dividida. Wendell e o chinês Dongdong Hua bateram na borda com o mesmo tempo, 26s11, e ambos ficaram com a prata. O japonês Keiichi Kimura ganhou o ouro com o tempo de 25s98.
Fonte: Globo Esporte