A temporada de migração dos pinguins-de-magalhães dura o outono e o inverno, período em que eles nadam da Patagônia argentina até as praias do sul e sudeste do Brasil. As aves viajam em buscam de alimentos em águas mais quentes. Durante esse trajeto alguns pinguins, principalmente os mais jovens que estão migrando pela primeira vez, se perdem do bando e chegam às praias cansados, feridos e desnutridos.
De acordo com Associação R3 animal, executora do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos na região, responsável por parte dos resgates e pela reabilitação e soltura das aves, é normal encontrar uma grande quantidade de pinguins debilitados ou mortos. Além do longo caminho e dos obstáculos naturais existentes, esses animais enfrentam problemas resultantes da ação humana, como anzóis, acidentes com redes de pesca e poluição marinha.
Nesta temporada de 2024, foram encontrados na região de Florianópolis 2.563 pinguins, (incluindo vivos e mortos) até 29 de agosto. Desses, apenas 141 estavam vivos na hora do resgate. Todos apresentavam sinais de cansaço e desnutrição. Os números ainda podem aumentar, pois as equipes da R3 Animal continuam monitorando as praias. No ano passado, foram registrados 2.028 pinguins (121 vivos no momento do resgate) e em 2022 foram 2.896 animais (187 vivos).
Trabalho de reabilitação dos pinguins
A recuperação dos pinguins resgatados vivos é realizada no centro de reabilitação da R3 Animal, onde os animais recebem atendimento especializado. O trabalho pode incluir ganho de peso, estabilização da temperatura corporal, hidratação e treino em piscina para melhora do condicionamento físico e estímulo a impermeabilização das penas.
Por viverem em bandos, é necessário que pelo menos um grupo de 10 pinguins estejam liberados para a soltura. Após serem devolvidos ao mar, os animais seguem viagem para o local onde estão suas colônias reprodutivas, na Patagônia argentina.
Essa foi a segunda soltura da temporada de 2024, que vai de maio a setembro. A primeira soltura foi realizada em 8 de agosto, na mesma praia e envolveu 15 animais. A R3 Animal informou que um terceiro grupo de pinguins está sendo preparado para voltar ao mar, mas a data da soltura ainda não foi definida.
Filme “Meu Amigo Pinguim”
Baseado em uma história real ocorrida em Ilha Grande (RJ), o filme “Meu Amigo Pinguim” faz o relato da amizade entre o pinguim Dindim e o pescador João. A estreia nos cinemas está marcada para 12 de setembro.
Protagonizada pelo ator francês Jean Reno, a obra foi produzida pela Paris Filmes e dirigida pelo cineasta catarinense David Schurman. As filmagens foram feitas no litoral brasileiro e na Argentina.
No filme, o pescador João (Jean Reno) resgata um pinguim que estava nadando à deriva, sozinho, encharcado de óleo e em risco de morte. Ao levar a ave para casa e cuidar dela, nasce uma amizade especial entre os dois. O pinguim recebe o nome de Dindim e retorna ao mar.
O que torna a história especial, é que todos os anos na temporada de migração, Dindim retorna à praia para visitar João, enchendo o coração do amigo de alegria. O filme destaca a mensagem de esperança, amizade, lealdade, gratidão e de como um simples gesto de bondade transforma histórias.
Fonte: Fauna News