Rede credenciada para consultas, exames, internações e cirurgias e até tratamentos como acupuntura ou fisioterapia: pode parecer até a cobertura de um plano de saúde comum, mas os serviços são oferecidos não apenas para pessoas, mas também para quem “é parte da família”. O mercado de seguros e planos de saúde para pets ainda cobre uma fatia pequena da população de cães, gatos e outros animais de estimação, mas vem crescendo no país.
Empresas que atuam na área estimam que cerca de 250 mil pets são cobertos por planos de saúde no Brasil. O número representa apenas 0,24% dos 101,4 milhões de cães e gatos, a maioria dos 167 milhões de animais de estimação brasileiros. Com uma carteira a ser conquistada, novas empresas têm entrado no mercado, enquanto operadoras já consolidadas têm até triplicado seu número de usuários.
Um estudo global publicado pela revista da Confederação Nacional dos Seguros (CNSeg) mostra que previsão é que as vendas mundiais de seguros para pets devem alcançar até US$ 38,8 bilhões até 2030, numa taxa de crescimento de 11% ao ano.
No Brasil, operadoras de planos para animais de estimação já contabilizam aumentos relevantes na carteira de usuários. É o caso da Petlove, que oferece o serviço numa parceria com a Porto Seguro. A empresa tem hoje 160 mil pets cobertos por três tipos de plano. A maior parte dos animais são cachorros, principalmente os vira-latas e das raças Shih-Tzu e Yorkshire. O número de animais segurados é três vezes maior do que o acumulado pela marca em 2020. Além disso, só nos primeiros cinco meses desse ano, o crescimento foi de 46%.
– Essa solução é muito recente, com os primeiros planos lançados há menos de dez anos, mas a pandemia acelerou a procura, quando as pessoas passaram a ficar mais com seus pets em casa, observar mais o comportamento deles e buscar por um atendimento de Saúde de maior qualidade – analisa Fabiano Lima, CEO de Saúde da PetLove.
Já outras empresas dão os primeiros passos na área. O Banco Inter lançou seu plano de saúde pet há cerca de dez dias, com foco nos clientes de até 30 anos e também nos idosos que moram apenas com seus animais. A rede credenciada já tem cerca de 2,5 mil estabelecimentos, principalmente no Sul e Sudeste.
Outra corretora que atua no setor é a Ciclic, insurtech da BB Seguros. Na carteira da marca, a maior parte dos usuários também são cães, com contratos que, geralmente, começam nos dois primeiros anos de vida, período que gera mais custos para os tutores, com as vacinas e castração, por exemplo.
– Diversos fatores contribuíram para o crescimento na demanda, como o aumento da quantidade de pets nas famílias e a preocupação dos tutores com o controle financeiro. Quem tem pet, sabe que de uma hora para outra pode desembolsar valores elevados e não previstos no orçamento, em emergências – afirma Bruna Melo, COO da empresa.
A questão financeira foi um dos fatores que levaram a especialista em Desenvolvimento Humano Fabiola Muniz, de 52 anos, a contratar um plano de saúde para seu bulldogue francês Harvey Specter. O cãozinho, prestes a completar dois anos, passou por uma série de crises alérgicas não diagnosticadas. Consultas, exames e tratamentos que não davam resultado fizeram a tutora a gastar até R$ 2 mil num único dia. A opção de aderir a uma assistência em Saúde para ele surgiu após um vizinho indicar uma médica veterinária que aceitava o plano.
– Nunca tinha pensado nessa possibilidade. Fiz toda a castração dele no particular, gastei R$ 1,8 mil. Com a alergia na pele dele, estava quase falida. Cada emergência era uma fortuna – lembra: – Como trabalhava na contratação de planos corporativos, tinha muito medo de pegadinha de contrato. Mas dei uma canseira no consultor, perguntei tudo, tirei todas as dúvidas e fui atendida com muita transparência.
Fonte: Extra