A campanha ocorre em um período crítico. Dados apontam que os casos de abandono aumentam nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, muitas vezes após o período das festas de fim de ano. Além disso, o Dia Internacional do Direito dos Animais, celebrado em 10 de dezembro, reforça a importância de garantir bem-estar e respeito à vida dos animais.
Segundo a diretora de Bem-Estar Animal, Fabricia Costa, a castração é uma das principais ferramentas para reduzir o abandono. “É essencial que os municípios implementem programas de controle populacional de cães e gatos. A castração planejada e acessível pode diminuir significativamente o número de animais nas ruas e, consequentemente, o sofrimento deles”, destacou.
Dados do Instituto Pet Brasil revelam que, em 2023, cerca de 184.960 animais abandonados ou resgatados por maus-tratos estavam sob a tutela de ONGs no país. Em Santa Catarina, a Polícia Civil registrou 4.274 inquéritos sobre crimes de maus-tratos nos últimos cinco anos.
As principais causas de abandono incluem:
- Animais doentes ou prenhes;
- Mudança de residência;
- Problemas comportamentais;
- Estilo de vida dos tutores e falta de informação sobre responsabilidades;
- Adoções ou compras impulsivas, comuns no período natalino.
O abandono é crime, com pena de dois a cinco anos de detenção, conforme o artigo 32 da Lei Federal de Crimes Ambientais nº 9.605/98. Além do impacto ético, o abandono gera desequilíbrios ambientais e sobrecarga em abrigos e serviços de resgate.
Para combater esses problemas, a Secretaria de Meio Ambiente está lançando o programa Pet Levado a Sério, considerado o maior programa de castração do Brasil. Até 2026, a iniciativa atenderá 281 municípios catarinenses, realizando 90 mil castrações e investindo R$ 19 milhões.
Além disso, será distribuída uma cartilha com temas como maus-tratos, guarda responsável e adoção. Em 2025, um curso a distância sobre bem-estar animal será oferecido a professores da rede pública, capacitando-os a multiplicar o conhecimento sobre o tema.
A adoção é fundamental para reduzir o número de animais em abrigos, mas deve ser feita de forma consciente. “Ao adotar, você ajuda dois animais: o que ganha um lar e o que será resgatado para ocupar o lugar vago no abrigo”, reforçou Fabricia Costa.
Fonte: Visor Notícias