Zoológico do Beto Carrero é fechado após 30 anos

Danubia de Souza

Danubia de Souza

O Beto Carrero World anunciou nesta quinta-feira (27) o fim das atividades do Mundo Animal, o zoo que funcionou durante 32 anos como uma das atrações mais icônicas do parque multitemático. A decisão, segundo comunicado do parque, levou em conta o bem-estar dos animais.

– Temos muito orgulho e respeito por toda história que tivemos com os animais. Meu pai, Beto Carrero, tinha uma conexão incrível e nos inspirou a cuidar, preservar e amar cada um deles. As gerações mudam, e hoje entendemos que é mais significativo receber os animais que nos visitam espontaneamente, como capivaras e pássaros migratórios, do que manter espécies selvagens dentro de um parque temático – diz comenta Alex Murad, Presidente do Conselho Administrativo do Beto Carrero World.

A mudança já vinha sendo pensada há algum tempo, e era compartilhada com a equipe técnica do zoo. É o que explica a bióloga Kátia Cassaro, coordenadora do Mundo Animal:

– Trabalhamos num parque multitemátivo. Tem shows, brinquedos, atrações que talvez não combinem com a manutenção dos animais. Essa situação vem sendo pensada há muito tempo, se esses recintos devem coexistir com as demais atrações. E chegamos à conclusão que não.

Com o encerramento da visitação, a partir desta quinta-feira, o parque concluirá a transferência das últimas espécies para novos lares. Por decisão de Alex Murad, os locais para onde os animais serão levados são mantidos em sigilo. Uma das exigências do filho de Beto Carrero era de que, nos novos lares, os animais encontrem carinho e dedicação.

– Serão levados para locais onde possam caminhar com mais tranquilidade, onde possam reproduzir, e onde encontrem pessoas que, como nós, tenham essa paixão.

Esta não é a primeira vez que o paque passa por uma transição no manejo dos animais, que estão no DNA do Beto Carrero World. Na década de 1990, e até o início dos anos 2000, os animais participavam de shows no parque. Eram atrações inspiradas no Circo do Beto Carrero, onde elefantes, tigres, jacarés e macacos dividiam o picadeiro com seus domadores.

O próprio Beto tinha seus fiéis companheiros, como o cavalo Faísca e o leopardo Marcos, que se apresentavam ao seu lado e se tornaram uma marca do que viria a ser o maior parque temático da América Latina.

Mas o parque adaptou-se às novas percepções e necessidades de bem-estar animal, e os shows deram lugar a uma abordagem mais profissional, resultando na criação do zoo, que tinha o propósito de acolher diversas espécies.

Ao longo dos anos, o zoo firmou importantes parcerias com órgãos como Ibama e ICM-Bio, e participou de grandes projetos de conservação, que incluíram a reprodução de micos-leões-dourados, tamanduás e jacutingas, espécies da fauna brasileira. Também atuou na recuperação de centenas de animais resgatados.

Para Alex Murad, trata-se de um novo período de transição para o Beto Carrero World e sua relação com os animais:

– Eu acredito muito na transição. Como houve com o circo, a transição do circo tradicional para o Cirque Du Soleil, o zoológico também vai ter que mudar. Os zoos modernos hoje têm outros conceitos. Eu visito e gosto, quando é feito com amor – diz Murad.

Fonte: NSC

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